Equador afirma ter recebido ameaça do Reino Unido
Relatório inglês adverte para invasão da Embaixada do país andino em Londres caso Assange não seja entregue
QUITO - O Equador denunciou nesta quarta-feira, 15, ter recebido uma carta do governo do Reino Unido ameaçando prender Julian Assange, criador do WikiLeaks, que pediu asilo político ao país andino. "Hoje recebemos do Reino Unido a ameaça expressa e por escrito que poderiam invadir nossa embaixada em Londres se o Equador não entregar Julian Assange", afirmou o chanceler equatoriano Ricardo Patiño.
Na carta, divulgada pela chancelaria equatoriana, o governo britânico invoca uma lei de 1987 que lhe permitiria entrar na embaixada e deter Assange. "Vocês têm de saber que há base legal - a lei de instalações diplomáticas e consulares de 1987 - que nos permite agir para prender o senhor Assange nas dependências da embaixada", diz o texto. "Esperamos sinceramente que as coisas não cheguem a esse ponto, mas, se vocês não forem capazes de resolver o problema, essa é uma opção com a qual ainda trabalhamos."
A agência AP reportou que o número de policiais vistos na entrada da Embaixada do Equador em Londres aumentou nas últimas horas.
Por meio de nota, a secretaria do Exterior britânica disse ter a obrigação legal de extraditar Assange para a Suécia e estar determinada a cumpri-la. "Ainda estamos comprometidos em buscar uma solução aceitável para todos, diz o comunicado.
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| Chanceler equatoriano Ricardo Patiño |
Em um comunicado, o Ministério das Relações Exteriores do Equador classificou a posição britânica inadmissível politica e juridicamente, um "ato hostil e pouco amistoso", que viola "expressas normas internacionais". Patiño ressaltou que, se a invasão ocorrer, o Equador vai reagir. "Não somos uma colônia britânica. Esse período terminou", afirmou, após reunião com o presidente Rafael Correa.
De acordo com o chanceler, o governo equatoriano anunciará na manhã de quinta-feira a resposta ao pedido de asilo político formulado por Assange.
O criador do WikiLeaks está na embaixada há oito semanas, desde que perdeu uma batalha jurídica para evitar ser extraditado para a Suécia, onde é procurado para responder a acusações de estupro.
Ele nega as acusações e diz temer que a Suécia o envie para os Estados Unidos, onde acredita que as autoridades querem puni-lo pela publicação de papéis confidenciais do Departamento de Estado americano e documentos sobre as guerras do Iraque e do Afeganistão no WikiLeaks em 2010, em um caso que causou grande constrangimento para Washington.
Estadao


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